quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Me fez sorrir!

*Como prometido meu momento de total liberdade foi apenas para um post...agradeço aos comentários e aos que leram!!
Também agradeço aos que permanecerem me visitando aqui de vez em quando para compartilhar de algo tão pessoal que nao agrada a muitas pessoas,porem,faço da melhor maneira possivel que é pôr pra fora alguns sentimentos,opiniões e questionamentos que tenho comigo mesma levando em conta os momentos que são inevitáveis e indefinidos!


Enfim...vamos ao que interessa....

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Entrei num caminho deserto com pequenos galhos caídos no chão e continuei a caminhada,pés descalços,braços e pernas relutantes de tanto seguir caminhando na mesma direção.
Aquele pesar sobre as pálpebras de uma lágrima relutante, e o corpo sem responder a nenhum pedido de movimento contrário que ao de persistir, em mínima velocidade, caminho a dentro do desconhecido!

Tudo a volta era obscuro,o ar que me cercava não me trouxe alívio, parecia sufocar-me.
Continuei o caminho me arrastando e sentindo aquele gosto amargo da decepção e a lágrima relutante persistia - como se fosse ganhar algo com isso - no mesmo lugar escondida nos meus olhos temerosos e cheios de tristeza.
A medida que seguia este caminho mais galhos apareciam e cortavam meus pés,cortes profundos que deixavam rastros de sangue pelo chão, porém não sentia dor nenhuma, pois a que sentia por dentro era muito maior!

Não havia nenhuma paisagem específica em meu caminho, apenas um chão arenoso com galhos espinhosos,um ar sujo e carregado e uma nuvem escura que de tão baixa cobria o que estava atrás de mim a ponto de só enxergar o caminho que estava a frente. Como se ela me empurrasse a um destino desconhecido.

Em certo momento da caminhada tomei fôlego e tentei levantar meus braços e secar meus olhos, foi como levantar pesos do dobro da massa do meu corpo. Demorei muito tempo para conseguir retirar aquela lágrima teimosa, e o fiz!

Sentei-me no chão, tomei minhas pernas próximas ao peito, como uma criança assustada.Olhei as cicatrizes abertas em meus pés já bem infeccionadas, continuei por um longo tempo nesta posição tentando entender o porque de tudo aquilo, e aonde me levaria.

Já não aguentava mais a indecisão e a nuvem negra insistente parecia empurrar-me mais e mais para o caminho desconhecido...Demorei um tempo para levantar e percebi minha roupa suja e gasta, passei as mãos sobre minha cabeça e senti algo frio escorrendo pelos meus cabelos, olhei minhas mãos e mais sangue vertia, como se houvessem acertado minha cabeça com muita força, porém mesmo assustada com o que acabara de perceber, continuei o caminho que foi ficando cada vez mais estreito e mais difícil de enxergar. Meu coração palpitante, meus pés que não queriam mais se mover e meus olhos embaçados e mais uma vez marejados não facilitavam a caminhada.

Ouvi passos distantes e uma risada amarga que se tornava a cada segundo mais alta...Provocante e isso me deixava mais e mais fraca...Novamente parei na beira do caminho e ali adormeci por um tempo que desconheço...

Os dias se passaram sem que soubesse quantos... Porém passaram rápidos.

Ao despertar daquele coma ,abri meus olhos devagar com muito medo e totalmente incapaz de reconhecer o que me cercava. Horas depois lutando com meu próprio corpo para levantar, notei que aquela paisagem já não mais fazia parte do caminho escuro de antes. Olhei para meus pés e as cicatrizes não se encontravam ali, minhas roupas agora estavam brancas e limpas , e minha cabeça não sangrava mais.

Consegui identificar a paisagem: um céu azul, flores de um colorido inexplicável, uma árvore carregada de frutos e um horizonte tão perfeito que parecia pintado a mão. Sem entender consegui levantar-me e ir até algo que me chamara atenção. Perto da única e frondosa árvore havia uma sombra, fiquei um pouco assustada e com medo de me aproximar, mas é como se ela me convidasse ao seu encontro. Fui caminhando, agora sem dor física e a dor interior já não mais sentia.
Chegando perto da árvore avistei um homem, este segurava um fruto que a mim parecia muito apetitoso. Ele me ofereceu e gesticulou para que me sentasse ao seu lado, afagou meus cabelos e sorriu para mim. Fiz à ele muitas perguntas das quais não me lembro, e a única coisa que me respondia era: Como eu a amo! Não tenha medo!

Achei engraçado pois não pensava mais naquele caminho obscuro, era como se tudo tivesse sido apagado e deixado num momento que agora desconhecia!
E mais uma vez aquela pequena lágrima brotou nos meus olhos, porém não era mais pesada, era suave como algodão e descia molhando minha face que agora tinha um sorriso sem medidas....


(autora: Ludmyla Peixoto de Andrade!)